terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Conto da semana: Contos de Nasrudin




Há quem diga que Mullá Nasrudin nasceu e viveu numa pequena cidade da
Turquia por volta do séc. XIII. Há quem diga que não é nem um pouco
importante saber se isso é verdade ou não. Tal imprecisão não é casual, pois
a intenção é justamente a de proporcionar um personagem à margem do tempo e
destituído de uma personalidade histórica.
Grande prova de sua atualidade e vitalidade é a sua presença em quase toda a
literatura mundial. Ultimamente, coletâneas de contos de Mullá Nasrudin têm
sido publicadas em vários países ocidentais, além de formarem parte
integrante da tradição escrita e oral da maioria dos países orientais.
A "História de Nasrudin" que aparece já no séc. XIII como um apêndice à
primeira compilação de seus contos de que se tem noticia, alude a algumas
das razões de sua existência. Esses contos dão forma a um sistema completo
de pensamento que age em níveis de profundidade tão diversos que não pode
ser totalmente extinto. Além disso, o humor tem a característica de
difundir-se e deslizar através dos padrões mentais e sociais impostos à
humanidade pelo costume e pela autoridade.
Pode ser verdade que os relatos devem sua sobrevivência a seu perene
atrativo humorístico, mas este aspecto é secundário. A
verdadeira intenção com a qual foram desenhados é outra: a de proporcionar,
no contexto de uma situação de ensinamento, uma base para a difusão da
atitude durante a vida.


Cláudio Almeida

Da série conto da semana: Mullá Nasrudin

Quando descobrir conto
Nasrudin postou-se na praça do mercado e dirigiu-se a multidão:
"Ó povo deste lugar ! Querem conhecimento sem dificuldade, verdade sem
falsidade, realização sem esforço, progresso sem sacrifício ?"
Logo juntou-se um grande número de pessoas com todo mundo gritando:
"Queremos ! Queremos !"
"Era só para saber", dise o Mullá. "Podem confiar em mim, contarei tudo a
respeito caso algum dia descubra algo assim".

domingo, 2 de dezembro de 2007

Aulas no Parque Barigui

À partir de hoje, dia 3 de Dezembro, as duas práticas semanais de yoga para crianças, de segunda e quarta-feira, acontecerão em uma nova sala em frente ao Parque Barigui. Nos reuniremos às 18:30 na casa da Isabel, que fica de frente com a ponte central. As crianças interessadas poderão ainda participar das aulas de arte e yoga que acontecerão no gramado do parque, e serão orientadas pelo instrutor e músico Raam Rattan Sing e sua companheira, a instrutora e fotógrafa Jasdeep Kaur.


contato

Nanak Instituto de yoga
3339-8169
Studio de fotografia Janete Anderman
3308-2298


Cláudio Almeida

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Alanis Marca


Esta é a Alanis.Ela pratica yoga duas a três vezes por semana, e diz que adora as atividades lúdicas, dentre estas a corrida dos bichos é uma das suas preferidas. Nesta foto, a Alanis está em sukhassana com pronanmudra.
foto:Janete Anderman
www.janeteanderman.com

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Arte Oriental: Mahmoud Farshchain "Forbearance"

Conto da Semana: A lenda das areias

Vindo desde as suas origens nas distantes montanhas e após passar por inúmeros acidentes de terreno nas regiões campestres, um rio finalmente alcançou as areias do deserto. E do mesmo modo como vencera outras barreiras, o rio tentou atravessar esta de agora, mas se deu conta de que mal suas águas tocavam a areia, nela desapareciam.

Estava convicto, no entanto, de que fazia parte de seu destino cruzar aquele deserto, embora não conseguisse fazê-lo. Então uma voz misteriosa, saída do próprio deserto arenoso, sussurrou:

- O vento cruza o deserto, o mesmo pode fazero rio...

O rio objetou estar se arremessando contra as areias, sendo assim absorvido, enquanto o vento podia voar, conseguindo, dessa maneira, atravessar o deserto.

- Arrojando-se com violência, como vem fazendo, não conseguirá cruzá-lo. Assim desaparecerá ou se transformará num pântano. Deve permitir que o vento o conduza a seu destino.

- Mas como isso pode acontecer?

- Consentindo em ser absorvido pelo vento.

Tal sugestão não era aceitável para o rio. Afinal de contas, ele nunca fora absorvido até então. Não desejava perder sua individualidade. Uma vez a tendo perdido, como poderia saber se a recuperaria mais tarde?

- O vento desempenha essa função - disseram as areias. - Eleva a água, a conduz sobre o deserto e depois a deixa cair.
Caindo na forma de chuva, a água novamente se converte num rio.

- Como é que posso saber se isso é verdade?

- Pois assim é, e se não acredita, não se tornará outra coisa senão um pântano, e ainda isso levaria muitos e muitos anos, e um pântano não é certamente a mesma coisa que um rio.

- Mas não posso continuar sendo o mesmo rio que sou agora?

- Você não pode, em caso algum, permanecer assim - retrucou a voz. - Sua parte essencial é transportada e forma um rio novamente. Você é chamado assim, ainda hoje, por não saber qual é a sua parte essencial.

Ao ouvir tais palavras, certos ecos começaram a ressoar nos
pensamentos mais profundos do rio. Recordou vagamente um estágio em que ele, ou uma parte dele, não sabia qual, fora transportada nos braços do vento. Também se lembrou, ou lhe pareceu assim, de que era isso o que devia fazer, conquanto não fosse a coisa mais natural.

Então o rio elevou seus vapores nos acolhedores braços do vento, que suave e facilmente o conduziu para o alto e para bem longe, deixando-o cair suavemente tão logo tinham alcançado o topo de uma montanha, milhas e milhas mais longe.

E porque tivera dúvidas, o rio pôde recordar e gravar com mais firmeza em sua mente os detalhes daquela sua experiência. E ponderou:

- Sim, agora conheço a minha verdadeira identidade.

O rio estava fazendo seu aprendizado, mas as areias sussurraram:

- Nós temos o conhecimento porque vemos essa operação ocorrer dia após dia e porque nós, as areias, nos estendemos por todo o caminho que vai desde as margens do rio até a montanha.

E é por isso que se diz que o caminho pelo qual o Rio da Vida tem que seguir em sua travessia está escrito nas Areias.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Da série arte oriental: Mahmoud Farshchian


Mahmoud Farshchian foi um lider da pintura Iraniana do séc. XX. Suas pinturas são inspiradas nos poemas de Hafiz,que foi um poeta lirico persa, e viveu no sec. XII. Você pode conferir outras lindas obras de Farshchian no site oficial do pintor.
www.farshchianart.com/

terça-feira, 14 de agosto de 2007

da série conto da semana:


Fátima, a Fiandeira

Numa cidade do mais longínquo Ocidente vivia uma moça chamada Fátima, filha de um próspero fiandeiro. Um dia seu pai lhe disse:

- Filha, faremos uma viagem, pois tenho negócios a resolver nas ilhas do Mediterrâneo. Talvez você encontre por lá um jovem atraente, de boa posição, com quem possa então se casar.

Iniciaram assim sua viagem, indo de ilha em ilha; o pai cuidando de seus negócios, Fátima sonhando com o homem que poderia vir a ser seu marido. Mas um dia, quando se dirigiam a Creta, armou-se uma tempestade e o barco naufragou. Fátima, semi-inconsciente, foi arrastada pelas ondas até uma praia perto de Alexandria. Seu pai estava morto, e ela estava agora inteiramente desamparada. Podia recordar-se apenas vagamente de sua vida até aquele momento, pois a experiência do naufrágio e o fato de ter ficado exposta às inclemências do mar a tinham deixado completamente exausta e aturdida.

Enquanto vagava pela praia, uma família de tecelões a encontrou. Embora fossem pobres, levaram-na para a sua humilde casa e ensinaram-lhe seu ofício. Deste modo, Fátima iniciou nova vida e, em um ou dois anos voltou a ser feliz, reconciliada com a sua sorte. Porém um dia, quando estava na praia, um bando de mercadores de escravos desembarcou e levou-a, junto com outros cativos. Apesar dela se lamentar amargamente do seu destino, eles não demonstraram nenhuma compaixão: levaram-na para Istambul e venderam-na como escrava.

Pela segunda vez, o mundo da jovem ruíra. Mas quis a sorte que no mercado houvesse poucos compradores na ocasião. Um deles era um homem que procurava escravos para trabalhar em sua serraria, onde se fabricava mastros para embarcações. Ao perceber o ar desolado e o abatimento de Fátima, decidiu comprá-la, pensando que poderia proporcionar-lhe uma vida um pouco melhor do que teria nas mãos de outro comprador.

Ele levou Fátima para sua casa com a intenção de fazer dela uma criada para sua esposa. Mas ao chegar em casa soube que tinha perdido todo o seu dinheiro quando um carregamento fora capturado por piratas. Não poderia enfrentar as despesas que lhe davem os empregados, e assim ele, Fátima e sua mulher arcaram sozinhos com a pesada tarefa de fabricar mastros. Fátima, grata ao seu patrão por tê-la resgatado, trabalhou tanto e tão bem que ele lhe deu a liberdade, e ela passou a ser sua ajudante de confiança.

Assim ela chegou a ser relativamente feliz em sua terceira profissão. Um dia ele lhe disse:

- Fátima, quero que vá a Java, como minha representante, com um carregamento de mastros; procure vendê-los com lucro.

Ela partiu então. Mas quando o barco estava na altura da costa chinesa, um tufão o fez naufragar. Mais uma vez Fátima se viu jogada como náufraga em uma praia de um país desconhecido. De novo chorou amargamente, porque sentia que nada em sua vida acontecia como esperava. Sempre que tudo parecia andar bem, alguma coisa acontecia e destruía suas esperanças.

- Por que será - perguntou pela terceira vez - que sempre que tento fazer alguma coisa, não dá certo? Por que devo passar por tantas desgraças?

Como não obteve respostas, levantou-se da areia e afastou-se da praia. Acontece que na China ninguém tinha ouvido falar de Fátima ou de seus problemas. Mas existia a lenda de que um dia chegaria certa mulher estrangeira capaz de fazer uma tenda para o imperador.

Como naquela época não exisitia ninguém na China que soubesse fazer tendas, todo mundo aguardava com ansiedade o cumprimento da profecia. Para ter certeza de que a estrangeira ao chegar não passaria despercebida, uma vez por ano os sucessivos imperadores da China costumavam mandar seus mensageiros a todas as cidades e aldeias do país, pedindo que toda mulher estrangeira fosse logo levada à corte.


Exatamente numa dessas ocasiões, esgotada, Fátima chegou a uma cidade costeira da China. Os habitantes do lugar falaram com ela através de um intérprete e explicaram-lhe que devia ir à presença do imperador.

- Senhora - disse o imperador quando Fátima foi levada até ele - sabe fabricar uma tenda?

- Acho que sim, Majestade - respondeu a jovem.

Pediu cordas, mas não tinham. Lembrando-se dos seus tempos de fiandeira, Fátima colheu linho e fez as cordas. Depois pediu um tecido resistente, mas os chineses não o tinham do tipo que ela precisava. Então, utilizando sua experiência com os tecelões de Alexandria, fabricou uma tecido forte, próprio para tendas. Percebeu que precisava de estacas para a tenda, mas não existiam no país.

Lembrando-se do que lhe ensinara o fabricante de mastros em Istambul,Fátima fabricou umas estacas firmes. Quando estas estavam prontas, ela puxou de novo pela memória,
procurando lembrar-se de todas as tendas que tinha visto em suas viagens.E uma a tenda real foi construída.

Quando a maravilha foi mostrada ao imperador da China, ele se prontificou a satisfazer qualquer desejo que Fátima expressasse. Ela escolheu morar na China, onde se casou com um belo príncipe e, rodeada por seus filhos , viveu muito feliz até o fim de seus dias.

Através dessas aventuras Fátima compreendeu que o que em cada ocasião lhe tinha parecido ser uma experiência desagradável acabou sendo parte essencial para sua felicidade.

 YOGA PARA CRIANÇAS


O yoga tem como objetivo despertar no praticante o encontro com o ser essencial. Desenvolvendo a consciência através das ações e dos pensamentos, o yoga para crianças visa o mesmo aspecto, mas de forma lúdica, mexendo com a imaginação, expressão corporal e com a capacidade de concentração.
Em uma aula de aproximadamente 60 minutos 1º temos os exercícios imitando bichos e ensinando técnicas de respiração, 2º o relaxamento que é como um descanso depois da pratica, e 3º a meditação para desenvolvimento da concentração.

1º Trabalhamos com a consciência da respiração através de técnicas em posturas – imitando bichos, objetos e formando histórias - encorajamos a inspiração e expiração de forma a trazer o foco da atenção.

2º Então temos o relaxamento, onde através da concentração, a criança passa a perceber os músculos contraídos desnecessariamente - adquiridos por possíveis tensões emocionais - aliviando-os e assim anulando qualquer tensão.

3º Depois do relaxamento vem a meditação, na qual buscamos atrair a atenção através de técnicas de respiração e prática do silêncio e som.
No final das aulas fazemos sempre algum trabalho relacionado à arte-terapia, como cores em mandalas, canções no violão, contos e teatros. Em ocasiões especiais oferecemos um toli, algo simbólico para degustação.

Com algum tempo de prática, a criança passará a aplicar as técnicas diariamente: ao relaxar e respirar profundamente quando o sono não vem, ao concentrar-se na hora de um teste ou principalmente quando sente-se constrangida ou abalada, buscando em si, o reencontro com sua auto-estima.
Além de ser a atividade mais indicada para crianças com hiperatividade e dificuldade de concentração, o yoga causa a liberação de condicionamentos mentais e físicos que estimulam a criatividade. Assim, podemos concluir que o yoga é fundamental para o crescimento de uma criança saudável em mente e corpo.

quinta-feira, 31 de maio de 2007



Este ano, iniciei no Criança em Foco, a ministrar as aulas semanais de yoga para crianças. Reúno-me com os alunos e praticamos exercícios que instruem como respirar conscientemente e as vantagens de tal hábito. As aulas são interativas contando com música, histórias, sequencias de posturas com movimentos ritmados, tornando a atividade tambem uma dança. Embalados por musicas fáceis de cantar, praticamos movimentos que alongam o corpo e dão forças nas articulações, e com o tempo as crianças passam a perceber a importância de manter relaxados corpo e mente.

Maria Carolina, 8 anos e Bernardo 7, praticantes de yoga pelo segundo ano consecutivo no Criança em foco, já perceberam que após alguns meses de prática a abertura entre pernas é maior e que conseguem aproximar cada vez mais a cabeça do solo.. Nos movimentos sequenciais já demonstram maior concentração e agilidade na execução.


Os exercícios do yoga, ensinados de maneira lúdica são, logo, assimilados pelos alunos como uma nova brincadeira. Crianças do mundo todo já descobriram como é divertido fazer os movimentos. Aquelas que praticam regularmente constatam que devido ao yoga tudo fica mais fácil: estudar, correr, pular, nadar, andar de bicicleta etc.

Com todos estes benefícios a favor, nos unimos nesta proposta alternativa de praticas saudáveis, visando principalmente o desenvolvimento físico e mental.

Namastê

contato

quarta-feira, 11 de abril de 2007

yoga para crianças

Arte no Yoga
O projeto Arte no Yoga estará sendo desenvolvido em escolas e academias de yoga de Curitiba, e têm como fundamento trabalhar com arte através dos princípios do yoga. As aulas consistirão em movimentos e posturas do yoga envolvendo elementos da arte como: dança, música, pintura e teatro. As aulas de arte no yoga na manhã escolar proporcionará às crianças a oportunidade de relaxar, ouvir historias, e cair no mundo da imaginação.
Contamos com um material inédito de música que foi criado com base no livro de Yoga para crianças “Fly Like a Butterfly” de Shakta Kaur Khalsa. Trata-se de um cd com composições criativas e descontraídas para cada exercício proposto no livro. As crianças aprenderão as músicas e cantarão as letras que são fáceis e divertidas e que também são poesia. As crianças farão os exercícios no mesmo ritmo da música e estarão também dançando.
No livro “Fly Like a Butterfly” os exercícios são passados através de histórias, a criança pedala com uma bicicleta, cavalga um camelo pelo deserto, voa como uma borboleta no céu, assim as aulas serão sempre estas pequenas viagens pelo mundo da fantasia, e o cd seria a trilha sonora destas viagens. Assim livro e cd em parceria formarão um todo, movimento-ritmo-melodia-respiração que junto com a filosofia de paz interior do yoga prometem muito rendimento nesta idéia que só tem a nos dar bons frutos.
Uma proposta alternativa que ainda está no começo mas promete muito e será uma grande satisfação poder estar cumprindo com este trabalho que com certeza uma grande experiência.